sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Experiências Video-Pessoais



Só agora me dei conta de que posso fazer vídeos caseiros e postá-los no Youtube.
Nossa, que mala sou eu.

^^

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Paz pós-provas, constatações e Grande Verdade



Paz. Isso define este pós-provas AV2.
Constatações. Ler seu blog e ver como alternamos momentos de alegria com outros de agonia nos faz constatar (novamente) a brevidade da vida. Tudo é sazonal. Temos os bons e os maus momentos. Faz parte da vida.
Grande Verdade. Nos aborrecemos demais.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Querido Diário...


Vivo em uma prisão sem muros. No seio da família sou controlado porque moro de favor em um imóvel de meus pais e eles ajudam financeiramente com o custeio das despesas das netas (escola, plano de saúde, fraldas, etc.) Sou controlado no trabalho, porque abri demais minha vida e as pessoas aqui são altamente zoadoras, e acabei expondo o fato de que sou um endividado mor, o que leva a recorrentes piadinhas sobre meu "consumismo" (aham, só eu não posso ter coisas caras e legais...)
Acabei de comprar o meu tão sonhado Tablet, e simplesmente não posso andar com ele na rua, por medo, não por falta de confiança em Deus, mas porque vivo no Rio de Janeiro, e a insegurança, pelo menos patrimonial "pertencial", é um fato. Não posso "dar mole" com ele em casa, meu único refúgio de uso mais amplo, por enquanto, porque tenho uma bebê aprontona de quase-dois anos de idade. Por fim posso usá-lo na faculdade para fazer anotações de aula, acessar a web (isso se o wi-fi de lá colaborasse), mas como não tenho 3G e não posso me comprometer com planos mensais decentes (de franquias gordas) por conta de minhas aflições financeiras resta-me uma estranha ansiedade persistente, que me consome sem piedade. Precisava desabafar. Por isso escolhi aqui. Simplesmente porque ninguém entra, ninguém lê, pelo menos ninguém com quem eu deva me preocupar, como no caso do Face. Parece insano, poderia simplesmente escrever isso tudo em um papel, ou entregar numa oração à Deus, mas sabe...estou carente de escrever. Parece que há uma dor que precisa ser extravazada, e o discurso, as palavras são a panacéia da minha alma afligente.
Não sei porque as pessoas são tão pouco emotivas, tão pouco passionais, tão pouco emocionais. Vivo num mundo cheio de um egoísmo simplista cartesiano assustador. Amo a vida. Mas confesso que não gosto do mundo. Não gosto deste sistema. Não sou aquele tipo de gente...Existe "tipo de gente"? Tenho pensado muito nisso ultimamente. Porque não vivemos sem os rótulos, as referências, os esteriótipos, as máximas, os axiomas? E descobri que há um grande preconceito que permeia a nossa sociedade. O preconceito contra o preconceito. Isso mesmo. Quem disse que um preconceito é necessariamente mau? E quem disse que um conceito arraigado é necessariamente um preconceito. Simplesmente não pensam sobre isso. Se pensassem, seria diferente. Será que seriam? Ah, porranenhuma! Não encham meu saco.
Ufa. Desabafei.
Estou dez mil quilos mais leve.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Espelho Espelho Meu (2012)


"Espelho, Espelho Meu" (Mirror,Mirror - 2012) é um ótimo filme-amenidade. Apesar de conseguir empolgar e trabalhar bem a já batida proposta de reinvenção dos contos de fada.
Julia Roberts já demonstra sinais de decadência, e faltou a ela a suficiente ironia necessária para o papel, mas algo que funcionou bem é que, por ela ser uma boa atriz, conseguiu disfarçar a inadequação com o personagem sem parecer forçada ou entediada. A jovem Lily Collins saiu-se bem como protagonista desta trama às avessas. O ponto alto do filme, por incrível que possa parecer, está fora do filme. Isso mesmo. O clipe de "I Believe In Love" ao final, consegue empolgar mais do que o desfecho da história em si.
Para homens na casa dos trinta anos (and after) pode soar simplesmente como um filme dispensável, meio "Sessão da Tarde", e talvez ele seja o filme que minhas filhas assistirão na TV em tarde monótonas daqui a dez anos, mas o enfoque não é esse.
"Espelho, Espelho Meu" aborda, com bom humor, ainda que sem o "verniz" preciso, questões sociais como pesada carga tributária, vaidade e disperdício dos recursos públicos por parte dos governantes, povo passivo e iludido por discursos demagógicos...em algum momento perguntei se aquele reino não seria uma sátira do nosso Brasil, transportado para o reino dos contos de fadas europeus.
Senti falta de uma explicação para a origem do poder do espelho, e também um porque da "cobrança" pelo uso do poder só acontecer em dado momento do filme (não vou detalhar para não dar spoiller).
Ao contrário do ocorrido no "Branca de Neve" de Kristin Kreuk, o rei trouxa e enfeiçado sai de cena logo no começo, para bem da verdade nem entra em cena exatamente, mas falar mais sobre isso pode ser problemático para quem ainda não viu o filme.
Sem mais dicas antipáticas, diria que este filme peca por um único ponto principal, ressalvadas todas as questões previamente colocadas acima. O filme não tem um público alvo claro. Exato. Crianças pequeninas provavelmente acharão o filme entediante, crianças mais crescidas mas ainda não pré-adolescentes podem gostar do filme, mas não sei pensaram exatamente na faixa (6-9) ao bolarem este filme. Pré-adolescentes dos nossos dias e adolescentes já estão precoces demais e talvez achem que faltou algum tempero à trama, ainda que hajam algumas tiradas e referências forçadiiiinhas ao príncipe sem blusa, seu peitoral cabeludo e blá blá blá.
Enfim, vá ao cinema sem pretensões e fique na sala após rolarem os primeiros créditos para curtir o clipe. Bom filme!  

quinta-feira, 29 de março de 2012

Jogos Vorazes - Resenha



Não fiz questão de ler a ficha técnica do filme, ler o que está sendo escrito sobre ele na internet ou qualquer coisa do tipo. A única coisa que fiz antes de ver o filme foi ver o thriller e dar um overview na fan page da série de livros para me contextualizar, mas confesso que não me aprofundei.
Vamos lá. Tenho 31 anos, e definitivamente este filme não foi construído como produto para homens heterossexuais entre 30 e 40 anos. Mas sinceramente isso pouco me importa.
O filme é uma piração fantástica, sobre um universo futurístico-fantasioso, onde após uma guerra civil, um distrito dominante adota um modelo imperioso sobre os demais derrotados, sub-julgando-os aos moldes de ditaduras islâmicas - brincadeira - e adotando uma espécie de reality show de contenção social, chamado Jogos Vorazes.
Daí pra frente temos muita coisa legal e alguma coisa chata, pra variar.
A trama gira em torno de uma menina de idade indeterminada, a atriz tem 21 anos, mas a idade do torneio é algo entre 13 e 18, logo, é uma teen, que resolve oferecer-se como Tributo (explicarei mais a frente), no lugar da irmã, sorteada para o "bendito" jogo e acintosamente despreparada para tal. O lance é que escolhem dois jovens de cada distrito para participar do jogo, treinam eles nas habilidades que já são bons (paradoxal às vezes, uma vez que o lance é um sorteio) e depois lançam-no ao "Coliseu". Essa garotada é chamada de Tributo, e são algo que Distrito perdedor da Guerra Civil paga (bizarro) à Capital anualmente, com prova de subordinação e como símbolo de esperança (aham...).
Beleza, a protagonista, chamada Katniss é uma figura que mistura o caricato com o atípico. Tipo, ela meio que se virou pra manter a família e a irmã, depois que a mãe surtou após a morte do marido (pai delas) e meio que mete uma moral em cima da mãe fortíssima (não explicando bem porque a mãe aceita tanta petulância de uma fedelha). Ela tem uma relação meio sombria com a mãe, como se agisse com alguém com um puta orgulho ferido, mas a mãe não parece ser nada além de uma bolha d'água sofredora.
Após isso ( o lance dela substituir a irmãzinha com Tributo ) - como dito acima - um monte de coisas acontece, que ditas seriam um tamanho spoiler, mas vou dedicar esta resenha basicamente à uma crítica técnicas do filme.
Primeiro, apesar de geral estar pagando pau pra trilha sonora do filme, achei apenas adequada, sem nada de excepcional para mencionar. A dublagem está boa, apesar de que ainda não vi a versão legendada para comparar, achei que escolheram vozes adequadas aos personagens e como se desenvolvem. A fotografia do filme explora tanto as panorâmicas como eu desejaria, mas tem uma boa decupagem, trabalha bem os planos mais fechados (cenas em close ou plano conjunto) tem a câmera bem posicionada e a iluminação e cores do filme respeita o mote de cada parte, ajudando ao conjunto de ritmo. Há um apelo cromático na caracterização do pessoal da capital, mas isso, apesar de soar gratuito no primeiro momento, depois faz todo o sentido, pois é mais uma linguagem para narrar toda aquela coisa a alienação dos mais abastados, crítica social e etc.
O filme tem um bom final, que ainda dá margens para sequências e desenvolve bem as relações entre OS personagens (sim, levanto a bandeira de gênero masculino para a palavra quando usada genericamente e adequada ao gênero quando usada assim - e sim, eu conheço grego o bastante para saber que persona lá é feminino, mas dane-se tá?!).
O filme pode desagradar a turma do tiros, ação e sangue, mas vai segurar boa parte das famílias e adolescentes numa boa, e é o típico filme em que você poderá levar suas crianças - quando não tiver quem ficar com elas - sem maiores problemas.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Fauno Lunar





Recentemente entrei numa mental de tentar elaborar uma análise simbólica da canção "Sonho de Ícaro", do nosso finado Pisca, interpretada primeiramente pelo não tão nobre Biafra, e depois relida por alguns cantores menos expressivos, porém eventualmente até mais talentosos que ele. Enfim, não quero falar de música em geral.
Pois bem, a canção em tela possui diversas expressões que despertam ao longo do tempo a curiosidade das pessoas, tanto que achei até em um blog, certa feita, uma resposta supostamente do próprio Biafra, dizendo que ele nunca se preocupou muito em entender a letra da música, que pra ele o que valia era uma certa "musicalidade mágica" que a canção tinha. ¬¬' Xapralá, né?
Enfim, figuras imaginárias como o Fauno Lunar, Anjos de Gás e expressões como "faça o sinal" (que sinal afinal?!) e "dentro do bombom há um licor a mais" (como tem a mais se o bombom já tem a quantidade certa de licor e após a mordida ele passará a ter a menos, afinal parte já foi abocada pelo comensal...enfim...)
Diante do singular desafio de entender esses símbolos, acabei começando uma interpretação da música, que colocarei aqui. Como blogo pouco e provavelmente eu não retornarei aqui com uma parte II da interpretação, deixo isso como desafio para quem, porventura gostando do que fiz, queira colaborar.

Abaixo segue o trabalho...


Análise da Canção: Sonho de Ícaro (Pisca; intérprete Biafra)
Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão...

Existem dois caminhos para se interpretar os versos acima a meu ver. Primeiro podemos imaginar que o autor está fazendo uma alusão poética a relação entre os sonhos e uma viagem de balão. Porque quando se está num balão só podemos controlar com maior propriedade o subir ou descer, de acordo com maior liberação de gás ou menor. Ainda assim se está “ao sabor do vento”, ou seja influenciado fortemente por coisas sobre as quais não exerce poder ou controle. Já um sonho, principalmente quando audaz, pode te levar às alturas, como também pode te conduzir à frustrações: quando o céu desaba, ou a conclusão do intento, que teria representado pelo fim do dia e cair da noite “ou mudar de cor” (referência à mudança de cores no céu de um dia claro próximo ao ocaso do sol). Assim o sonho seria mais sujeito à fracassos do que uma viagem de balão, inferindo na leitura uma suposta continuação do tema. Só que ao invés disso o autor sela a analogia com reticências e no final da estrofe, supondo que a referência ainda que sugira outras idéias, tais não foram desenvolvidas, devendo ser divagadas pelo leitor da canção. Ao mencionar anjos de gás e asas de ilusão, faria uma metáfora à decepção de tudo que te faz subir. (gás e asas projetam para o alto, mas apenas as asas também coordenam o vôo).
O outro caminho seria dissecar os símbolos isoladamente e tentar relacioná-los apenas quando assinalado pela própria canção. O ar não é domínio dos homens, e sim dos anjos e demônios, no mundo espiritual, chamados biblicamente de potestades do ar, bem como das aves, que simbologicamente representam irracionalidade, liberdade e em alguns contextos espiritualidade. O Espírito Santo tem por símbolo uma pomba branca, as águias são símbolos de poder e renovação de forças espirituais segundo o profeta Isaías, são também o símbolo da nação mais poderosa do mundo, os Estados Unidos da América. Oniricamente existem interpretações de seres alados representam poderes com livre ação sobre uma determinada pessoa ou situação por um período de tempo, pois por mais que voem, as aves precisam pousar. O vôo aqui, então, pode representar a busca de fama, poder, ascensão na carreira, na vida, no amor, em algo factível, porém irreal hoje. Por isso ele chama essa busca de um sonho audaz. O mudar de cor do céu aqui pode não só representar a noite (momento em que é incomum virmos pássaros voando), como também o aproximar-se de uma tempestade (quando o céu muda bruscamente de cor, escurecendo e enchendo-se de nimbus). Interessante que ele não fala de escuridão, nem a alude em momento algum, então este mudar de cor, pode representar algum momento, posterior ao início da busca por um sonho, onde passamos a ver nossos alvos, objetivos e destino sob uma nova perspectiva, talvez mais madura - ou menos - eivada de ilusão, quando percebemos que o céu não é “sempre azul”. Ele também muda de cor, ou seja, tudo na vida muda, e nem sempre as coisas irão de vento em popa só porque estamos “correndo atrás” do nosso sonho. Anjos de gás poderia aqui ser uma alusão à pessoas que te ajudam na busca do seu sonho, quem nem sempre vemos ou percebemos, mas que também estão te “botando pra cima” agora e num instante seguinte se dissipam, como o gás dilui-se no ar. Asas de ilusão podem representar construções mentais que te levam a achar-se no controle de seu vôo em busca ao sucesso, mas totalmente frágeis quando expostas ao Sol. Aqui o Sol simbolizaria o fogo que prova todas as coisas. O que é frágil derrete-se ou queima, e o que é de valor pode até fundir, mas apenas purifica-se e torna-se mais forte.
No ar, no ar
Eu sou assim
Brilho do farol
Além do mais
Amargo fim
Simplesmente sol...

Fugindo duma linha dual, diria que a segunda estrofe é mais objetiva em sua simbologia. Seja por capricho, vaidade, orgulho ou mesmo inocência (imaturidade talvez caiba melhor aqui), o nosso protagonista justifica-se nas palavras do autor “Eu sou assim”, como que num ato de auto-indulgência, justificando sua atitude inadequada ante o vislumbre do poder, das conquistas, do “voar” em si. Na seqüência, ele faz referência ao farol, algo que, ainda que possamos ampliar sua conotação e significação, refere-se, numa primeira imagem mental, àquela luz capaz de nortear os navegantes durante a noite. Ou seja, ele relembra que apesar de poder estar parecendo voar incautamente, ele tem um norte, que seria o farol. Provavelmente Ícaro e seu pai fugiram do labirinto de Minos durante a madrugada, e seu pai havia orientado ao jovem que não voasse nem próximo ao Sol (para não derreter-se a cera) nem próximo demais ao mar (para que as asas não ficassem pesadas pela umidade). Só que o farol, o norte aqui referenciado, só tem finalidade durante à noite, logo, após algum tempo de vôo, conforme o Céu muda de cor e o dia raia, deixa de ser objeto de atenção e este passa a ser o Sol, justamente seduzindo o autor, que identifica-se com Ícaro, e levando-o ao amargo fim. Ou seja, ao perder os olhos daquilo que referenciava o vôo, o protagonista fica “vislumbrado” com o brilho e calor do Sol, e acredita que pode voar sem risco mais próximo a ele, para sua ruína. Assim também na vida, acreditamos que quando tudo está indo bem podemos dar passos maiores que a perna, e muitas das vezes nos machucamos por causa disso, só então para vermos que não era bem assim.
Rock do bom
Ou quem sabe jazz
Som sobre som
Bem mais, bem mais...

A ascensão do protagonista da história é provavelmente uma trajetória musical, seja como autor, compositor ou alguém ligado à música, shows musicais, porque ele menciona gêneros em evidência à época da composição e cria um paralelismo entre som e bem mais, como demonstrasse que para ele o som não é apenas a música que se ouve, mas também viver-se da música e dela subtrair muitas coisas. (bem mais)

O que sai de mim
Vem do prazer
De querer sentir
O que eu não posso ter
O que faz de mim
Ser o que sou
É gostar de ir
Por onde, ninguém for...

Por um lado temos uma aparente referência a um amor proibido, platônico ou algo proibido, não necessariamente romântico, como uma experiência com drogas ilícitas, com uma pessoa de outra orientação sexual (levar em conta a época da música), ou alguma conduta complicada do ponto de vista profissional. (De querer SENTIR o que eu não posso TER). Há posse, certo hedonismo e certa ‘coisificação’ da pessoa, no caso de uma referência romântica.
Existe uma retomada aqui da questão da auto-indulgência e do explicar-se na canção. O autor justifica as atitudes muitas das vezes vaidosas, imaturas ou impensadas do protagonista pelo fato de simplesmente estar buscando o prazer, sendo quem ele é, como se isso não fosse algo imoral em si, mas válido, e desnuda que o protagonista tem uma grande ambição, um desejo de primazia, pioneirismo, inovação. Ele gosta de tentar, de ir onde ninguém foi. Talvez essa inovação seja uma crítica à censura que ainda existia na época ou à formas de opressão e limite que existem em todas as estruturas de poder. As famosas “regras do jogo” de todo ramo.
Do alto coração
Mais alto coração...

Dois caminhos: o coração auto-exaltado, daquele que está deslumbrado com o sucesso, ou novamente uma justificativa para as atitudes de alguém extremamente emotivo e passional, cuja motivação está lá nas alturas do coração. (seja lá onde isso fique...rs)
Abaixo daqui inconcluso.
Viver, viver
E não fingir
Esconder no olhar
Pedir não mais
Que permitir
Jogos de azar
Fauno lunar (*)
Sombras no porão
E um show vulgar
Todo verão...

Fugir meu bem
Pra ser feliz
Só no pólo sul
Não vou mudar
Do meu país
Nem vestir azul...

Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...

Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...

Do alto, coração
Mais alto, coração...

Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...

Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...

Do alto, o coração
Mais alto, o coração...(2x)



* Considerações sobre o Fauno Lunar.


Na mitologia grega, que às vezes mistura-se à história em alguns registros, fala-se que houve um marinheiro chamado Fauno. Esse camarada foi apaixonado por uma poetisa, chamada Safo, nascida em Lesbos. Diz-se que as palavras safada e lésbica são derivadas respectivamente dos nomes já citados.
Bem, dizem que ele pediu poderes de sedução à Afrodite, e que conseguiu conquistar a poetisa.
Dizem que ela era muito doida, e também muito linda, considerada a Décima Musa por alguns autores. Também é dito que ela não tinha o biotipo padrão de beleza grega, sendo magra e altiva, contrastando com as mulheres mais carnudinhas que os gregos adoravam. Pois bem, com seu físico de top model, cabelos negros e poucos pudores, Safo é uma personagem controversa.
Mas porque eu quis entrar nisso? Pois bem, o Fauno também é conhecido como um semideus, pai de todos os sátiros, e também sátiro, muitas vezes confundido com o deus Pã, ainda que alguns puristas digam que o sincretismo é defeituoso aqui e que de fato o Fauno seria um personagem essencialmente romano, não possuindo uma contraparte precisa na cultura grega. Chama-se de Fauno Lupercus, uma importante caverna das narrativas da mitologia grega. Se eu não me engano era lá que se refugiava a Cabra Amaltéia, que amamentou o próprio Zeus. Pois bem, o Fauno tinha uma simbologia ligada à floresta, aos bosques, e à proteção contra os animais selvagens, em particular contra os lobos. Algo que seria semelhante no catolicismo a dizer que São Fauno era o santo protetor dos silvícolas, santo protetor contra as feras. Então, atenho-me aos lobos. O lobo é um animal de presença multicontinental, conhecido por todas as culturas civilizadas desde o Egito antigo, e tem uma associação simbólica muito grande com a Lua. A Lua atraí os Lobos, o Fauno repele-os. Fauno Lunar seria então uma antítese paradoxal. Ou contra-senso. Fauno Lunar diria respeito às contradições que permeiam a vida de uma pessoa. Já encontrou alguma pessoa que disse pra você assim: eu não entendo, reclamo tanto de cara cafageste e fui namorar com um; ah, eu tenho dedo podre pra mulher, sempre arrumo mulher golpista, e eu sou super certinho com dinheiro. O Fauno Lunar é o símbolo daquela pessoa que atraí o que deveria repelir e às vezes repele aquilo que deveria atrair. É a significação máxima da contradição e complexidade humana.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Transpondo Reflexões



Reparei que minha linha do tempo do Facebook está bem mais impregnado da minha essência do que este blog que já ostento e alimento timidamente a alguns anos. Conforme avanço no curso de Jornalismo, reconsidero sempre a ideia de tornar esse Blog algo louvável, mais dinâmico, algo que eu sinta prazer de indicar para as outras pessoas. Então, resolvi transpor algumas coisas que estão no Face para cá. Acredito que sempre que produzir algo novo gostaria de postar simultaneamente, mas é muito provável que acabe priorizando àquele veículo a este.
Por enquanto é só pe-pessoal.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Triângulo da Ilusão



Você pode cultuar muita coisa em sua vida. A Natureza, A Sociedade ou Seu Eu. Nenhum destes te dará tudo que precisa. A Natureza te oferece muito, mas também te toma sem piedade, ela não te dá Cultura, não te dá companhia, só te dá os meios de sustento. Cuide bem dela, mas não adore-a. A Sociedade é fantástica, ela te dá companhia, mas em geral volúveis ou circunstanciais, ela te dá Cultura, mas ela é volátil e mutante, inconstante demais e segue seus próprios rumos. A Sociedade não virá te ajudar nas tuas questões de alma, nas tuas angústias e aflições, aliás ela muitas das vezes será sua cabra("bode?") expiatória de todos os males, principalmente quando você ficar velho. Viva bem com a Sociedade, mas não adore-a. Enfim o seu Eu. Ele não lhe dá os meios de sustento, tampouco te dá Cultura, não sem que antes você alimente-se na Natureza e seja adestrado na Cultura, para então transformá-las ao seu bel prazer, de acordo com as limitações intelectuais, tecnológicas e sociais do seu tempo. Mas segundo alguns filósofos, o Eu também será teu maior inimigo, teu maior campo de exploração e descoberta. Há quem diga que se conhecê-lo bem, te irá bem. Respeite o seu Eu. Ame o seu Eu. Mas não adore-o. Ele não poderá lhe revelar o que veio antes da Natureza e da Sociedade, e o que virá após sua Vida. Mas resta um, a quem alguns Eus chamam de invenção de outros Eus, mas a quem chamo Deus. Este sim, poderá ser adorado, pois é o criador da Natureza e sobre ela domina, não está prezo as amarras e dogmas e ética de nenhuma Sociedade, e conhece o teu Eu como ninguém. Afinal, você só é capaz de perceber que tem um Eu, porque Ele lhe fez a sua imagem e semelhança. Adore pois a Deus. A Natureza, a Sociedade e o próprio Eu (seja de quem for), já tem seus próprios adoradores, e creia, são incapazes inundar-te de propósitos não só para a vida como para o que sucede a ela. Ótimo dia!

Amanheci


Amanheci numa atípica quarta-feira nublada de verão. Era meu último dia de férias. Havia tirado a primeira de três parcelas de dez dias, utilizados com muita sabedoria e alegria, para meu refrigério e descanso. Sempre gosto de estar em casa no meu aniversário, por isso as férias logo no início de janeiro. Sim, não falei antes, mas sou nascido no terceiro dia deste mês, e vivo neste planeta como nascido desde o ano de mil novecentos e oitenta e um. A música que estava nas paradas norte-americanas em primeiro lugar era uma música chata do John Lenon, alguém por quem não tenho nenhum apreço especial, logo, só citei isso por curiosidade mesmo.
Retomando a questão do título. Enfim, acordei meio mal da barriga, e após algumas incursões ao banheiro e tremidas no sofá de casa envolvido em um fino lençol azul e sob os auspícios de um potente ventilador negro, finalmente decidi fazer algo diferente. Em outros dias eu voltaria para o refrigerado quarto, deitaria ao lado de minha esposa e de minha caçulinha e dormiria até a hora em que as pessoas normalmente estão almoçando - afinal estou de férias, oras! - mas não. Decidi tomar um banho, arrumar-me de maneira simples com uma polo amarela e uma bermuda verde e ir ao laboratório do bairro mais próximo tirar sangue, algo que já adiara inúmeras manhãs.
Pois bem, após uma matutina caminhada sem grandes acrescentes, finalmente retornei a minha casa e então peguei um livreto sobre prosperidade de um autor cristão conhecido e aliás muito criticado atualmente. Abrindo a esmo cheguei a um capítulo, um dos finais do livro, onde ele conta uma experiência sobre oferta. Basicamente ele estava na mão em relação à grana e foi num culto matinal onde um outro pastor fez uma pregação que o impactou e toda aquela coisa básica da obra de Deus: ele ofertou e outro dia sobrenaturalmente (aliás no mesmo dia em parte) ele teve não só o valor restituído como também um acréscimo do qual ele precisava. Bem, o livro fala de prosperidade então estas coisas não são estranhas a este tipo de literatura.
O que faz o estalo na minha cabeça foi justamente algo que não sei explicar, mas entendo como Deus falando ao meu coração esta manhã. E a coisa fluiu mais ou menos assim. A onze anos atrás viajei a turismo para Brasília e conheci a capital de nosso país. Fiquei hospedado em uma pousada no Distrito Federal, no bairro chamado Asa Sul, e vivi dias formidáveis - e outros nem tanto - lá. Mas lembro como naquela época tudo era "encaixado" na minha vida. Era um pensionista da Marinha, dizimista e fiel e também eventual ofertante de vários ministérios pelos quais nutria alguma simpatia ou confiança. E de súbito então ardeu meu coração para palavras que li recentemente e depois ouvi-as de outra forma da boca de meu próprio pastor: "Se quer coisas novas, faça coisas novas". Caramba! Por onde andei? Por isso digo que amanheci. Nunca senti-me tão motivado como agora a lançar-me ao novo, estudar, preparar-me, desafiar-me e buscar sim - por que não - algo melhor pra minha vida e da minha família. Mas começando justamente pela contramão do mundo. Começar por Deus. Mas não pelo que pedirei a Ele. E sim pelo que darei a Ele. Como posso querer prosperar se não dizimo, não oferto, não me doo, não tenho feito nada para Ele? Que prerrogativas tenho de pedir qualquer coisa? Deveria ter é vergonha por estar sendo um servo tão inútil como tenho sido. E cara! É incrível, mas percebi nesta manhã como tenho andado desconectado do povo de Deus, das coisas de Deus, ainda que não de Deus no geral. Mas ora, não posso viver um contra-senso. "Olha Deus, te amo mas não quero saber da tua família, do teu povo e das tuas coisas tá?". Não faz sentido!
Então descobri finalmente - e obrigado Deus por me mostrar - onde caí, para poder voltar e dali levantar-me. Deixei de me entregar. Fechei-me nas minhas dívidas e aflições e esqueci de externar com belos e gratos  gestos todo meu amor por esse Deus tão grande!
Que o Senhor me ajude a viver no centro de Sua Vontade e segundo os Seus Propósitos. E a você que me lê também. Amém.