segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sobre o que Bloggar, eis a questão?


É interessante observar quantos blogs funcionam mais como diários pessoais online do que propriamente como embrionários de boas discussões e idéias. Talvez me digam: mas isso é papel dos fóruns. Bem, sou meio pouco ortodoxo em relação a fóruns. Geralmente encontramos mais lixo e troca de figurinhas pessoais do que propriamente o conteúdo a que buscamos. E pior, muitas das vezes o tema do tópico traduz EXATAMENTE a nossa dúvida, mas ninguém nas postagens abaixo se presta ao trabalho de saná-la ou esclarecê-la, divagando por outras discussões menores que orbitam o tema questão.
Assisto aos domingos um pouco de TV. E porque faço isso? Bom, a TV de domingo em geral traduz bem o que a massa está querendo, ou pior, o que estão colocando na "mesa" da massa. Perceber este filão é muito importante para um estudante de Comunicação Social, como eu. E o que eu observo é o seguinte: parece que partiu-se do pressuposto que as classes D e E são alienadas mesmo ou que no mínimo, por serem tão sofredoras e batalhadoras, precisam de entretenimento vazio para preencher as lacunas de suas almas exaustas. Mas o mais interessante nisso tudo é que o domingo na TV brasileira, é em particular, o dia em que trazem a tona OS personagens que estão em voga na internet ("os" sim, dane-se que em grego persona é palavra feminina). É cada figura! Tem das coisas mais variadas: covers malucos de artistas meteóricos, velhos rabugentos falando mal de alguma coisa, jovens excêntricos, obesos dançarinos pré-supondo-se engraçados, etc. E é aí que me questiono: quantas destas "aparições instantâneas" será lembrada daqui a algum tempo ou terá malícia para aproveitar a breve janela que lhes é oferecida (de exposição) para perpetuar-se na mídia, ou regressar naquilo que melhor lhe destaque num segundo momento? Não me recordo de nenhum caso. Então, porque algumas pessoas ainda buscam isso? E mais, porque um estudante de jornalismo como eu fica fazendo reflexões sobre isso?
Penso que tudo isso se resuma a um ponto crucial. A internet outorgou às pessoas um poder de sair do anonimato como nunca dantes. E isso tem um preço caro. E mais, uma superficialidade gritante. Pense em uma pessoa que tem boas idéias, mas é um verdadeiro zé ninguém. Digamos que essa pessoa queira ser um autor conhecido, até escreva bem, mas que nenhuma editora tenha "comprado" sua ideia. Pronto, esse sujeito pensa: Vou publicar coisas na internet que possam me fazer conhecido. E daí começa uma corrida apelando pra tudo que é mídia: posta vídeos engraçados no Youtube, lança um blog vanguardista, posta podcasts sobre algum tempo em evidência e etc. Até que um dia finalmente ganha a oportunidade de visibilidade da sua vida. É chamado a um programa de auditório qualquer de uma emissora secundária e após a apresentação do seu vídeo ou menção ao seu blog, podcast tem talvez no máximo 15 segundos para responder alguma pergunta genérica do(a) apresentador(a) até que passem ao próximo como se ele nunca estivesse estado ali. Pois bem, esse cara pega, volta para sua vida e começa a bater nas portas das editoras novamente, só que agora menciona "Fulano de Tal do Youtube", ou então "Fulano da tal do Blog tal", como se esta "carteirada publicitário-virtual" agregasse valor ao seu trabalho e pudesse servir como um "abra-te Séssamo" ao mundo misterioso do sucesso e da fama. Mas...
É isso que acontece? Em esgamadores dos casos a resposta é NÃO! Conheço uma cantora de MPB talentosíssima e bonita, com música de toca em rádios na cidade do Rio de Janeiro e região dos lagos, e que até faz alguns shows, que tem tudo para explodir, e simplesmente continua num quase total anonimato. Mas então, qual é o grande lance?
Basicamente a publicidade que a internet nos trouxe distancia-se ou talvez distancia-nos na maioria das vezes da "Fama" idealizada e buscada por muitos brasileiros desde sempre. Mas, se hoje pode-se fazer ouvir-se e de alguma forma e para algum pública, produzir algo com sentido, então porque ainda busca-se ideais como Fama e Fortuna?
Fortuna é uma resposta bem óbvia e nem merece discussão. Mas a Fama...
Estou tentando descobrir.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ingressando no mundo Jornalístico



Minha vida mudou bastante nos últimos quatro anos. Quando este blog começou era apenas a concretização da curiosidade de um jovem entusiasta querendo inserir-se no mundo dos blogs. A coisa, à época, não foi muito pra frente, e acabei voltando ao blog anos depois e tentando emplacá-lo mais como um extravaso intimista. Depois descobri com meu dileto professor de Marketing, do curso de Jornalismo, ao qual ingressei este ano (2011) no primeiro semestre, que devemos escrever sobre coisas que interessam as pessoas e não sobre como ficamos chateados porque o pombo cagou em nossa blusa nova ou simplesmente que "acordamos", talvez um dos 'Twitts' mais populares do presente século (ironia minha).
Entender qual seria meu público-alvo, a quem eu gostaria de atingir e tentar traçar metas em como fazê-lo, tem sido minha principal ocupação secundária, paralelamente a todo o resto da minha vida (trabalho, filhos, facul, etc.)
Tenho aplicado a isto parcela considerável de meu pouco tempo vago.
Bom, primeiro precisava entender-me no mundo e perceber qual é o perfil das pessoas que me cercam, e principalmente das pessoas que atraio e das pessoas das quais gosto de me cercar. Depois deveria partir para a definição do meu Target (público-alvo) em cima desta informação. A partir daí, como segundo passo teríamos a definição do meu LEAD pessoal, ou seja, definir o quê escrever, quando escrever e para que escrever. Ou seja, respectivamente: conteúdo, oportunidade e objetivo.
Quanto ao conteúdo, nego-me a escrever sobre outra coisa que não seja Cultura. Bem, mas isso é vago, você diz. Afinal, tudo é cultura. Depende. Mas não quero prender-se nesta discussão. Basicamente, quero escrever sobre atualidades, entretenimento, arte e comportamento. Isso já norteia bem o tipo de coisas que demandarão meu tempo e as que deixarei passar.
Quanto à oportunidade, isso trás complicações. Sou alguém muito ocupado, formalmente falando. E totalmente ocupado, pessoalmente falando. Logo, ainda que, na prática, eu tenha hiatos de tempo livre, e talvez de qualidade que muitos trabalhadores brasileiros o gostariam de ter, ainda assim estou inserido em um contexto de limitação. E porque falo disso? Simples, às vezes é difícil ir naquela estréia ,pré-estreia ou lançamento, para conseguir colocar na praça uma resenha ou análise, seja de um novo filme, peça ou obra literária. Sem falar que o fato de ser apenas um estudante de jornalismo ainda significa muitas portas fechadas, que abrir-se-ão apenas ao longo do curso e do costurar das amizades que certamente virão no transcurso da profissão. Partirei, então, do melhor momento possível. Talvez alguém se interesse em ler sobre  um filme que está no cinema já faz umas duas semanas, mas que não foi assistir porque foge ao seu estilo, e descobrir que o filme tem uma análise positiva por um blogueiro com quem se identifique. Talvez aquela peça marretada pela crítica em geral, possa ser vista com outros olhos e trazer em alguém que até então sequer pensava em assisti-la de dar-lhe uma chance. Tentarei explorar isso. Nem todo mundo é antenado 24h por dia, 7 dias por semana, e naquilo que deixarem passar, ali eu entrarei.
Por fim, objetivo. O que eu quero passar para as pessoas. Será que sou como Churchill e quero que no final todos após exporem suas opiniões exaustivamente apenas concordem comigo? Qual mensagem quero passar? Que tipo de idéias podem ser valorizadas ao serem representadas por alguém como eu? Isso é algo a se construir.
Conto com vocês.

domingo, 8 de maio de 2011

Claustrofobico, ou apenas Solidão.

Nestes dias tenho sentido-me perseguido por uma estranha sensação de solidão. Estou no trabalho, mas pareço não estar ali, não pertencer àquilo, mais do que inadaptação ou estranhamento, é um sentimento de como se literalmente meu corpo estivesse no automático, e minha alma em algum lugar enclausurada. Chego à paz do lar, e estranhamente de novo sinto-me sozinho. Oro a Deus e vejo que Ele está no mesmo lugar de sempre, presente, claro. Mas nem por isso consigo sentir-me menos sozinho, desajustado.

Quando estou a sós comigo mesmo, raros e madrugais momentos são esses, e nos mais raros nos quais me restam forças para refletir, vejo o quão aflito me encontro. Nem sei mais quem é esse cara que habita aqui dentro de mim.(sem trocadilhos gays, falo de mim mesmo, do meu ego).

Ao contrário de outras épocas não estou com raiva de ninguém, brigado ou ijustiçado por ninguém, indignado com algo ruim em particular, nada disso. Sinto é uma mistura de exaustão física, com desfoque mental e ao mesmo tempo uns lampejos de convergência que me trazem de volta ao falso equilíbrio. Digo falso porque esta palavra tanto física quando interiormente cada vez faz menos sentido para mim.

Percebo o esforço hercúleo de lutar contra o caos, e como ele é forte. Não dentro de nós, bem assim, mas à nossa volta, como uma nuvem ácida querendo nos arrasar. O caos é tóxico. Não gosto do caos.

E o que resta-me? Onde é tal refúgio e abrigo? Onde está o ponto de fuga? Esse, para mim, homem de fé, continua sendo Deus, mas por alguma razão tenho achado-me tão perdido no pé da nossa relação que isso me maltrata. Sei que Ele me ama e deu Seu filho por mim, e tantas outras coisas que disso derivam. Mas não me falta a alegria da Salvação, não é isso. Não é tristeza que estou sentindo. É mais seco. É mais árido. É solidão. Quem parece ter algum valor parece estar distante, mesmo que eu saiba que se importe, parece não se importar, não captar, não discernir. Nunca antes em minha vida senti tanto a falta de ser lido corretamente, ser analisado, dissecado, entendido, sem ter de fazer nenhum esforço para isso.

Talvez o problema não sejam as paredes do mundo interior que nestes dias me cercam, e sim o medo e pavor que elas estão causando ao homemzinho lá dentro de minha cabeça. Ele está mal. Está nervoso e descompensado. À flor da pele é uma expressão melhor, e livra-me de analogias patológico-psiquiátricas.

Solidão...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Trigésimo Primeiro Dia de Janeiro e Algumas Reflexões...


É incrível como alguns momentos da nossa vida presente nos linkam imediatamente com um distante passado, numa espécie de dejávù estranhável.
De fato, acompanhar as fases de minhas pequenas filhas, principalmente na menina Ludmila, me faz viajar quase trinta anos atrás no tempo para a mesma idade, e como por mágica, sou inundado por flashs de tempos primais da minha vida, e de como eu percebia o tempo e o mundo.
As datas, dias, anos e épocas sempre foram importantes para mim. Creio que tenha aprendido o calendário antes mesmo de aprender direito sobre semáfaros de trânsito. Fui criado de uma forma que levaria qualquer um a péssimos estados psicológicos na minha idade. Não não, nada de abusos físicos, sexuais ou trabalhos forçados, falo do caos. A força destrutura do caos e da deseducação. Era filho mas fui criado como neto. Só que sem as regalias de neto. Ou pelo menos, sem todas. Em suma, me criaram sem parâmetros de adequação ao mundo à minha volta e à minha geração. Meus pais já eram quarentões quando eu nasci, e isso somado ao fato de minha mãe ser uma anacrônica convicta, já era.
Tento passar pra minha filha as melhores sensações possíveis, uma percepção bem clara da vida (nos limites de sua idadezinha é claro) e construir com ela as melhores lembranças possíveis. Mas deparo-me com a assustadora realidade de que, mesmo que consiga evitar os erros de meus pais nas minhas filhas, não sei se conseguirei poupá-la dos meus próprios erros. E aí vem a pergunta que me aflige: qual será o impacto dos meus erros sobre as vidas das minhas pequenas? Oro a Deus que o menor possível.
Eu e minha esposa apanhamos há 7 anos tentando construir uma vida "normal". Agora que ela parece próximo disso descobrimos que a própria também esconde seus muuuuitos problemas. Ou seja, é uma luta sem fim, mas sempre parece que em nosso coração estamos ansiosos, numa ardente expectação por algo mirabuloso que virá por acontecer. Só que às vezes me pergunto se virá mesmo. Mas aí eu mesmo vejo que, mesmo que não venha algo fantástico, sempre algo bom virá, porque a vida não é só feita de más surpresas, e aliás, temos quem vele por nós.
Saber viver de modo que a ansiedade não nos consuma e a complascência não nos paralize talvez seja o caminho da felicidade.