quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Amanheci


Amanheci numa atípica quarta-feira nublada de verão. Era meu último dia de férias. Havia tirado a primeira de três parcelas de dez dias, utilizados com muita sabedoria e alegria, para meu refrigério e descanso. Sempre gosto de estar em casa no meu aniversário, por isso as férias logo no início de janeiro. Sim, não falei antes, mas sou nascido no terceiro dia deste mês, e vivo neste planeta como nascido desde o ano de mil novecentos e oitenta e um. A música que estava nas paradas norte-americanas em primeiro lugar era uma música chata do John Lenon, alguém por quem não tenho nenhum apreço especial, logo, só citei isso por curiosidade mesmo.
Retomando a questão do título. Enfim, acordei meio mal da barriga, e após algumas incursões ao banheiro e tremidas no sofá de casa envolvido em um fino lençol azul e sob os auspícios de um potente ventilador negro, finalmente decidi fazer algo diferente. Em outros dias eu voltaria para o refrigerado quarto, deitaria ao lado de minha esposa e de minha caçulinha e dormiria até a hora em que as pessoas normalmente estão almoçando - afinal estou de férias, oras! - mas não. Decidi tomar um banho, arrumar-me de maneira simples com uma polo amarela e uma bermuda verde e ir ao laboratório do bairro mais próximo tirar sangue, algo que já adiara inúmeras manhãs.
Pois bem, após uma matutina caminhada sem grandes acrescentes, finalmente retornei a minha casa e então peguei um livreto sobre prosperidade de um autor cristão conhecido e aliás muito criticado atualmente. Abrindo a esmo cheguei a um capítulo, um dos finais do livro, onde ele conta uma experiência sobre oferta. Basicamente ele estava na mão em relação à grana e foi num culto matinal onde um outro pastor fez uma pregação que o impactou e toda aquela coisa básica da obra de Deus: ele ofertou e outro dia sobrenaturalmente (aliás no mesmo dia em parte) ele teve não só o valor restituído como também um acréscimo do qual ele precisava. Bem, o livro fala de prosperidade então estas coisas não são estranhas a este tipo de literatura.
O que faz o estalo na minha cabeça foi justamente algo que não sei explicar, mas entendo como Deus falando ao meu coração esta manhã. E a coisa fluiu mais ou menos assim. A onze anos atrás viajei a turismo para Brasília e conheci a capital de nosso país. Fiquei hospedado em uma pousada no Distrito Federal, no bairro chamado Asa Sul, e vivi dias formidáveis - e outros nem tanto - lá. Mas lembro como naquela época tudo era "encaixado" na minha vida. Era um pensionista da Marinha, dizimista e fiel e também eventual ofertante de vários ministérios pelos quais nutria alguma simpatia ou confiança. E de súbito então ardeu meu coração para palavras que li recentemente e depois ouvi-as de outra forma da boca de meu próprio pastor: "Se quer coisas novas, faça coisas novas". Caramba! Por onde andei? Por isso digo que amanheci. Nunca senti-me tão motivado como agora a lançar-me ao novo, estudar, preparar-me, desafiar-me e buscar sim - por que não - algo melhor pra minha vida e da minha família. Mas começando justamente pela contramão do mundo. Começar por Deus. Mas não pelo que pedirei a Ele. E sim pelo que darei a Ele. Como posso querer prosperar se não dizimo, não oferto, não me doo, não tenho feito nada para Ele? Que prerrogativas tenho de pedir qualquer coisa? Deveria ter é vergonha por estar sendo um servo tão inútil como tenho sido. E cara! É incrível, mas percebi nesta manhã como tenho andado desconectado do povo de Deus, das coisas de Deus, ainda que não de Deus no geral. Mas ora, não posso viver um contra-senso. "Olha Deus, te amo mas não quero saber da tua família, do teu povo e das tuas coisas tá?". Não faz sentido!
Então descobri finalmente - e obrigado Deus por me mostrar - onde caí, para poder voltar e dali levantar-me. Deixei de me entregar. Fechei-me nas minhas dívidas e aflições e esqueci de externar com belos e gratos  gestos todo meu amor por esse Deus tão grande!
Que o Senhor me ajude a viver no centro de Sua Vontade e segundo os Seus Propósitos. E a você que me lê também. Amém.

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