quinta-feira, 29 de março de 2012

Jogos Vorazes - Resenha



Não fiz questão de ler a ficha técnica do filme, ler o que está sendo escrito sobre ele na internet ou qualquer coisa do tipo. A única coisa que fiz antes de ver o filme foi ver o thriller e dar um overview na fan page da série de livros para me contextualizar, mas confesso que não me aprofundei.
Vamos lá. Tenho 31 anos, e definitivamente este filme não foi construído como produto para homens heterossexuais entre 30 e 40 anos. Mas sinceramente isso pouco me importa.
O filme é uma piração fantástica, sobre um universo futurístico-fantasioso, onde após uma guerra civil, um distrito dominante adota um modelo imperioso sobre os demais derrotados, sub-julgando-os aos moldes de ditaduras islâmicas - brincadeira - e adotando uma espécie de reality show de contenção social, chamado Jogos Vorazes.
Daí pra frente temos muita coisa legal e alguma coisa chata, pra variar.
A trama gira em torno de uma menina de idade indeterminada, a atriz tem 21 anos, mas a idade do torneio é algo entre 13 e 18, logo, é uma teen, que resolve oferecer-se como Tributo (explicarei mais a frente), no lugar da irmã, sorteada para o "bendito" jogo e acintosamente despreparada para tal. O lance é que escolhem dois jovens de cada distrito para participar do jogo, treinam eles nas habilidades que já são bons (paradoxal às vezes, uma vez que o lance é um sorteio) e depois lançam-no ao "Coliseu". Essa garotada é chamada de Tributo, e são algo que Distrito perdedor da Guerra Civil paga (bizarro) à Capital anualmente, com prova de subordinação e como símbolo de esperança (aham...).
Beleza, a protagonista, chamada Katniss é uma figura que mistura o caricato com o atípico. Tipo, ela meio que se virou pra manter a família e a irmã, depois que a mãe surtou após a morte do marido (pai delas) e meio que mete uma moral em cima da mãe fortíssima (não explicando bem porque a mãe aceita tanta petulância de uma fedelha). Ela tem uma relação meio sombria com a mãe, como se agisse com alguém com um puta orgulho ferido, mas a mãe não parece ser nada além de uma bolha d'água sofredora.
Após isso ( o lance dela substituir a irmãzinha com Tributo ) - como dito acima - um monte de coisas acontece, que ditas seriam um tamanho spoiler, mas vou dedicar esta resenha basicamente à uma crítica técnicas do filme.
Primeiro, apesar de geral estar pagando pau pra trilha sonora do filme, achei apenas adequada, sem nada de excepcional para mencionar. A dublagem está boa, apesar de que ainda não vi a versão legendada para comparar, achei que escolheram vozes adequadas aos personagens e como se desenvolvem. A fotografia do filme explora tanto as panorâmicas como eu desejaria, mas tem uma boa decupagem, trabalha bem os planos mais fechados (cenas em close ou plano conjunto) tem a câmera bem posicionada e a iluminação e cores do filme respeita o mote de cada parte, ajudando ao conjunto de ritmo. Há um apelo cromático na caracterização do pessoal da capital, mas isso, apesar de soar gratuito no primeiro momento, depois faz todo o sentido, pois é mais uma linguagem para narrar toda aquela coisa a alienação dos mais abastados, crítica social e etc.
O filme tem um bom final, que ainda dá margens para sequências e desenvolve bem as relações entre OS personagens (sim, levanto a bandeira de gênero masculino para a palavra quando usada genericamente e adequada ao gênero quando usada assim - e sim, eu conheço grego o bastante para saber que persona lá é feminino, mas dane-se tá?!).
O filme pode desagradar a turma do tiros, ação e sangue, mas vai segurar boa parte das famílias e adolescentes numa boa, e é o típico filme em que você poderá levar suas crianças - quando não tiver quem ficar com elas - sem maiores problemas.

Um comentário:

Demetrius Moisés disse...

Muito bom o filme, muito bom mesmo!Destaco o "Mentor" pinguço e o "Mestre de CErimônias" afro-descendente e metrossexual...