quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Triângulo da Ilusão



Você pode cultuar muita coisa em sua vida. A Natureza, A Sociedade ou Seu Eu. Nenhum destes te dará tudo que precisa. A Natureza te oferece muito, mas também te toma sem piedade, ela não te dá Cultura, não te dá companhia, só te dá os meios de sustento. Cuide bem dela, mas não adore-a. A Sociedade é fantástica, ela te dá companhia, mas em geral volúveis ou circunstanciais, ela te dá Cultura, mas ela é volátil e mutante, inconstante demais e segue seus próprios rumos. A Sociedade não virá te ajudar nas tuas questões de alma, nas tuas angústias e aflições, aliás ela muitas das vezes será sua cabra("bode?") expiatória de todos os males, principalmente quando você ficar velho. Viva bem com a Sociedade, mas não adore-a. Enfim o seu Eu. Ele não lhe dá os meios de sustento, tampouco te dá Cultura, não sem que antes você alimente-se na Natureza e seja adestrado na Cultura, para então transformá-las ao seu bel prazer, de acordo com as limitações intelectuais, tecnológicas e sociais do seu tempo. Mas segundo alguns filósofos, o Eu também será teu maior inimigo, teu maior campo de exploração e descoberta. Há quem diga que se conhecê-lo bem, te irá bem. Respeite o seu Eu. Ame o seu Eu. Mas não adore-o. Ele não poderá lhe revelar o que veio antes da Natureza e da Sociedade, e o que virá após sua Vida. Mas resta um, a quem alguns Eus chamam de invenção de outros Eus, mas a quem chamo Deus. Este sim, poderá ser adorado, pois é o criador da Natureza e sobre ela domina, não está prezo as amarras e dogmas e ética de nenhuma Sociedade, e conhece o teu Eu como ninguém. Afinal, você só é capaz de perceber que tem um Eu, porque Ele lhe fez a sua imagem e semelhança. Adore pois a Deus. A Natureza, a Sociedade e o próprio Eu (seja de quem for), já tem seus próprios adoradores, e creia, são incapazes inundar-te de propósitos não só para a vida como para o que sucede a ela. Ótimo dia!

Amanheci


Amanheci numa atípica quarta-feira nublada de verão. Era meu último dia de férias. Havia tirado a primeira de três parcelas de dez dias, utilizados com muita sabedoria e alegria, para meu refrigério e descanso. Sempre gosto de estar em casa no meu aniversário, por isso as férias logo no início de janeiro. Sim, não falei antes, mas sou nascido no terceiro dia deste mês, e vivo neste planeta como nascido desde o ano de mil novecentos e oitenta e um. A música que estava nas paradas norte-americanas em primeiro lugar era uma música chata do John Lenon, alguém por quem não tenho nenhum apreço especial, logo, só citei isso por curiosidade mesmo.
Retomando a questão do título. Enfim, acordei meio mal da barriga, e após algumas incursões ao banheiro e tremidas no sofá de casa envolvido em um fino lençol azul e sob os auspícios de um potente ventilador negro, finalmente decidi fazer algo diferente. Em outros dias eu voltaria para o refrigerado quarto, deitaria ao lado de minha esposa e de minha caçulinha e dormiria até a hora em que as pessoas normalmente estão almoçando - afinal estou de férias, oras! - mas não. Decidi tomar um banho, arrumar-me de maneira simples com uma polo amarela e uma bermuda verde e ir ao laboratório do bairro mais próximo tirar sangue, algo que já adiara inúmeras manhãs.
Pois bem, após uma matutina caminhada sem grandes acrescentes, finalmente retornei a minha casa e então peguei um livreto sobre prosperidade de um autor cristão conhecido e aliás muito criticado atualmente. Abrindo a esmo cheguei a um capítulo, um dos finais do livro, onde ele conta uma experiência sobre oferta. Basicamente ele estava na mão em relação à grana e foi num culto matinal onde um outro pastor fez uma pregação que o impactou e toda aquela coisa básica da obra de Deus: ele ofertou e outro dia sobrenaturalmente (aliás no mesmo dia em parte) ele teve não só o valor restituído como também um acréscimo do qual ele precisava. Bem, o livro fala de prosperidade então estas coisas não são estranhas a este tipo de literatura.
O que faz o estalo na minha cabeça foi justamente algo que não sei explicar, mas entendo como Deus falando ao meu coração esta manhã. E a coisa fluiu mais ou menos assim. A onze anos atrás viajei a turismo para Brasília e conheci a capital de nosso país. Fiquei hospedado em uma pousada no Distrito Federal, no bairro chamado Asa Sul, e vivi dias formidáveis - e outros nem tanto - lá. Mas lembro como naquela época tudo era "encaixado" na minha vida. Era um pensionista da Marinha, dizimista e fiel e também eventual ofertante de vários ministérios pelos quais nutria alguma simpatia ou confiança. E de súbito então ardeu meu coração para palavras que li recentemente e depois ouvi-as de outra forma da boca de meu próprio pastor: "Se quer coisas novas, faça coisas novas". Caramba! Por onde andei? Por isso digo que amanheci. Nunca senti-me tão motivado como agora a lançar-me ao novo, estudar, preparar-me, desafiar-me e buscar sim - por que não - algo melhor pra minha vida e da minha família. Mas começando justamente pela contramão do mundo. Começar por Deus. Mas não pelo que pedirei a Ele. E sim pelo que darei a Ele. Como posso querer prosperar se não dizimo, não oferto, não me doo, não tenho feito nada para Ele? Que prerrogativas tenho de pedir qualquer coisa? Deveria ter é vergonha por estar sendo um servo tão inútil como tenho sido. E cara! É incrível, mas percebi nesta manhã como tenho andado desconectado do povo de Deus, das coisas de Deus, ainda que não de Deus no geral. Mas ora, não posso viver um contra-senso. "Olha Deus, te amo mas não quero saber da tua família, do teu povo e das tuas coisas tá?". Não faz sentido!
Então descobri finalmente - e obrigado Deus por me mostrar - onde caí, para poder voltar e dali levantar-me. Deixei de me entregar. Fechei-me nas minhas dívidas e aflições e esqueci de externar com belos e gratos  gestos todo meu amor por esse Deus tão grande!
Que o Senhor me ajude a viver no centro de Sua Vontade e segundo os Seus Propósitos. E a você que me lê também. Amém.